domingo, 27 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tati


Cadê a tampa da minha panela, o chinelo do meu pé cansado, a metade da minha laranja? Tá em ebulição, vazando, transbordando, e nada da tampa da panela pra socorrer a lambança. É culpa da pressão que eu ponho em tudo isso? É o que dizem: desencana que uma hora ele aparece. O pé cansado já tentou calçar (à força) do chinelão que descola as tiras ao sapatinho de cristal. Nenhum serviu e o coitado tá todo esfolado. Ninguém pra descascar, chupar ou fazer uma laranjada. Em compensação, laranjas na minha vida não faltam. E chega! Há anos peço o príncipe e só me mandam o cavalo.

Caio

Porque já tenho dezessete anos, quase dezoito, e nenhuma vergonha na cara, (…) só esta tontura seca de estar começando a viver.

domingo, 20 de março de 2011

Caio


Este vazio de amor todos os dias: a cabeça pesada ao meio-dia, a boca amarga, um cheiro de sono e solidão nos cabelos.

sexta-feira, 18 de março de 2011


Vontade só de dormir, dormir muito, para nunca mais acordar. Só tenho passado, o presente é esta viscosidade, o futuro não existe. Ah, eu queria ter um objetivo na vida, uma coisa que sugasse todas as minhas forças, conduzisse todos os meus gestos e todas as minhas palavras. Não tenho nada, só este vazio.

Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade.

(Caio Fernando Abreu)

Um dia tu vais compreender que não existe nenhuma pessoa totalmente má, nenhuma pessoa completamente boa. Tu vais ver que todos nós somos apenas humanos. E sofrerás muito quando resolveres dizer só aquilo que pensas e fazer só aquilo que gostas. Aí sim, todos te virarão as costas e te acharão mau por não quereres entrar na ciranda deles, compreendes?

quinta-feira, 17 de março de 2011

(Mário Quintana)



Quero todo o teu espaço, e todo o teu tempo. Quero todas as tuas horas e todos os teus beijos. Quero toda a tua noite e todo o teu silêncio.
“Mas desde o princípio alguma coisa — fados, astros, sinas, quem saberá? conspirava contra (ou a favor, por que não?) aqueles dois.”

terça-feira, 15 de março de 2011

Érico Veríssimo

O tempo faz a gente esquecer. Há pessoas que esquecem depressa. Outras apenas fingem que não se lembram mais